Dia da Bailarina
O que é ser bailarina
ou bailarino?
Bailarinos são pessoas que gostam de
ter grandes emoções, é gente diferente, que tem “ALGO” grandioso e que nunca
está satisfeito com pouco. Tem bailarino
que abdicou de outros talentos e de carreiras que dizem ser mais “promissoras”
ou “lucrativas” como a Ciência e o Direito para mergulhar nessa arte onde
poucos são os escolhidos, especialmente num país como o Brasil que pouco apoia
essa classe. Ainda somos obrigados a ouvir “Qual
é sua profissão? Bailarina? Só bailarina mesmo?”. Bailarinos no Brasil não
podem ser só bailarinos, raros são os que conseguem.
Bailarinos gostam de viver
perigosamente. Jovens saem dos vários cantos (cantos mesmo) deste país enorme e
vão para os grandes centros onde o ballet pode acontecer, deixam famílias e
amigos a uma distância considerável em busca de um sonho cuja realização
depende de percorrer um longo caminho de dificuldades materiais, físicas e
psicológicas. Outros fazem o mesmo saindo do Brasil para o exterior. Todo bailarino
dedica muita horas diariamente, dias inteiros e anos para se profissionalizar,
fazendo tendus, pliés, grand battements, pas de valses, grand jetés, piruetando
e ensaiando repetidamente, convive com dores crônicas e quando menos espera
descobre uma dor “nova” no corpo, onde nunca imaginou que iria sentir. As meninas
têm que aturar suas sapatilhas de ponta e seus famosos “pés de bailarina”, os
meninos têm que carregar bastante peso de bailarina. Além dos sacrifícios que todos
temos que fazer pra controlar a alimentação.
Povo doido, né? Porém FELIZ! É
difícil explicar o que nos move, mais difícil ainda é qualquer pessoa entender.
Apesar de todos os problemas, os bailarinos são alto-astral, gostam de um
abraço e são comunicativos (mesmo que não sejam através da fala). Talvez porque
dançar espanta os males. Talvez o palco compense tantos esforços. A magia dos
cenários, da música e da interpretação, coisas que fazem parte da dança, são um
meio de levar energia positiva (que os bailarinos têm de sobra) para todas as
pessoas. Pode ser qualquer espetáculo, com história triste ou feliz,
trabalhamos para a perfeição e para uma beleza que é impossível não se deixar
tocar. E no fim vêm os aplausos, que nos emocionam e significam para nós “VALEU
A PENA!”.
Não falo só por mim, mas por todos os
colegas de profissão. Essa é uma homenagem aos bailarinos que estão na minha
vida e aos grandes nomes da história da dança que são nossos ídolos.